quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O groove descolado da Black Sonora


O groove descolado da Black Sonora

Uma mistura de sons que deu pra lá de certo. Os integrantes da Black Sonora, Gustavo Negreiros (vocal), Rubèn "Cubanito" Santillana (vocal), Heltom Resende (guitarra), Luiz Prestes (baixo), Ronan Teixeira (bateria), Bruno Lima (percussão) e DJ Yuga (samplers e percussão) uniram-se trazendo cada um uma bagagem de experiências musicais que, juntas, resultaram numa sonoridade super bacana. Confira a entrevista que eles deram ao Virgula e saiba mais das influências e da trajetória dos caras:


Virgula: Como e quando surgiu a Black Sonora?

Luiz Prestes: A banda surgiu em meados de 2002 com outra formação, fazendo, principalmente, releituras da época áurea de Jorge Ben (1970). Por "n+1" razões a banda terminou e ficamos quase um ano parados. Até que encontramos o DJ Yuga, que já conhecia nosso trabalho e estava sempre por perto. Produzimos, então, o primeiro "Tributo ao Racional Tim Maia", em 11 de setembro de 2004. A partir daí, a aglomeração começou e teve início a formação atual: primeiro, convencemos o Ronan de que éramos um 'bom partido', e ele trouxe sua pegada fincada pra cozinha do Black Sonora. Enquanto isso, a sala já estava ocupada pelo DJ Yuga e seu leque musical, que abriam os horizontes de todos com os seus "AplicaSons". O Cubano entrou com sua latinidade porta adentro, e passou de convidado especial para nosso vocal, junto com o Gustavo, que já segurava toda a negritude do som. Através do Ronan, conhecemos o Heltom e sua musicalidade, que se juntaram a Luiz Prestes e seu groove para harmonizar a banda. Lá pelas 3h da manhã, o Bruno pareceu com o seu ritmo e suas origens, completando a família Black Sonora que hoje está aqui, preenchendo os espaços vazios da (des)Organização.

VR: Como vocês definem o som que fazem?


Yuga: Fazemos um groove suingado com um leve tempero cubano sempre "ben" acompanhado de funk, baião, samba e hip hop.

Bruno Lima: Não procuramos rotular, isso nos deixa mais à vontade para criação.

LP: Lembro que após um show, um amigo veio me dizer: "Cara, gostei muito do som de vocês, mas, afinal, vocês tocam o quê? E eu não soube responder. Acho que o máximo que conseguiria definir é que o nosso som é dançante, seja lá o que isso queira dizer.

VR: E de onde veio o gosto pela mistura de ritmos, vocês têm alguma referência?

Yuga:
Nosso som vem de nossas casas, da rua, do dia-a-dia, do “sacundin sacuden” de Jorge Ben, do rei do ritmo Jackson do Pandeiro, da malandragem de Bezerra da Silva, da fúria e o som de Tim Maia, do ritmo caliente cubano, dos ecos do Curral del Rey, dos tambores da África, do subir baía e descer floresta...

BL: Além de a banda ser composta por várias diferenças culturais, onde quase que cada um é de um lugar do país, nossas influências também são diversas, proporcionando essa miscelânea musical.

LP: Show de bola a resposta do Yuri!

VR: Quem escreve as letras? Como são compostas as músicas?


BL: As composições são feitas por todos da banda, quase todos os componentes da banda já tem composições tocadas no show, é uma questão aberta.

VR: A banda tem vários integrantes. Tem algum momento em que isso atrapalha ou ajuda mais?

BL:
São várias cabeças pensantes, todos são pessoas de gênio forte, acho que essa soma tem dado resultado.

LP: Às vezes é difícil manter sete vidas diferentes no mesmo foco, mas acho que esse esforço e o tempo também têm nos fortalecido e nos tornado cada vez mais pacientes, maduros e menos burocráticos.

VR: O disco de vocês foi gravado ao vivo no Palácio das Artes, certo? Como foi essa experiência?


Yuga: Foi um evento que a gente participou chamado Música Independente, é uma parceria da Fundação Clóves Salgado (Palácio das Artes) com a Rádio Inconfidência e a Rede Minas, equipe de produção super profissional e com uma estrutura bacana. E o legal também é que o evento é transmitido pela Rádio Inconfidência e depois exibido na Rede Minas. A gente pegou algumas faixas deste show e fizemos um disco para divulgação da banda. Esse material nos abriu muitas portas, uma delas foi participar do GAS Sound.

BL:
Foi ótimo e diferente por se tratar de um teatro, mas o resultado foi satisfatório.

VR: Vocês acham que a cena musical em Minas é bem incentivada?

BL: Não, acho que se não for de maneira independente, mostrando a cara, as coisas não acontecem, tem alguns eventos bacanas, mais ainda em pequena proporção.

Yuga:
Aqui é a famosa teoria punk "make youself"... Até hoje a gente produz alguns shows nossos por aqui, é o caso do Tributo ao Racional Tim Maia, que fazemos todo ano sempre com convidados da cena independente mineira, como Raquel Coutinho, Alexandre Cardoso (atual vocalista da Cidade Negra), Trovão das Minas, Tambor Mineiro, Júlia Ribas, Marku Ribas... Esse ano fizemos com o Sérgio Pererê e a primeira participação de fora do Estado, BNegão. Para saber mais sobre o projeto: http://tributoaoracionaltimmaia.blogspot.com.

VR: O que mudou na rotina banda após a apresentação no GAS?

BL:
É um movimento que está sendo importante pra banda, pra divulgação de nosso trabalho, mas a vida continua da mesma forma, na humildade e no aperto.

Yuga: Cara... Com certeza, os acessos às nossas páginas na net aumentaram bastante, vários downloads do disco ao vivo, muitos comentários de pessoas do Brasil inteiro nos elogiando, torcendo por nós, dizendo que baixou o disco e já aplicou na galera. Esta exposição na Rede TV! deu literalmente um GAS no nosso trabalho.

Achou bacana? Faça o download da música Treta no Baixahits, e conheça ainda mais do groove dançante da banda, visitando o site www.blacksonora.com.br. E domingo que vem tem mais GAS Sound, não perca!

fonte: http://www.virgula.com.br/musica/gas/interna.php?id=101

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